sábado, 26 de abril de 2008

Diversidade étnico-cultural: construção do aprendizado e da auto-estima

Segundo o professor e antropólogo Kabengele Munanga, titular do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, uma grande parte dos livros didáticos de História "falam do papel do negro no Brasil como escravo, mas não mostram sua participação concreta na sociedade brasileira, seu espaço na economia. O negro não trabalhou só nas plantações. Trabalhou nas artes, na mineração. Aliás, foram os negros que ensinaram aos portugueses as técnicas de mineração." Mostrar e focar somente a imagem negativa em nada contribui para a formação de uma identidade nacional pois, "a criança precisa aprender na escola como os portugueses, os japoneses, os negros contribuíram para o desenvolvimento do país. E que nenhuma dessas contribuições é melhor do que a outra". Além da questão da identidade, sabe-se também que a imagem negativa incide diretamente na auto-estima da criança. Todos esses aspectos, aliados ao despreparo do professor em lidar com a questão da diversidade e com a situação social das crianças, podem levar a dificuldades de aprendizagem, gerando a repetência e a evasão escolar.

Leia a entrevista no site:
http://www2.uol.com.br/simbolo/raca/1000/entrevista03.htm


Nesse sentido, como podemos propor situações em sala de aula que promovam o aprendizado e a auto-estima dos alunos?

A Revista Escola, ed. 177, 2004, na matéria "Educação não tem cor", traz algumas atitudes positivas e aspectos a serem revistos com relação ao trabalho da cultura negra em sala de aula:
REVISTO:
- Abordar a história dos negros a partir da escravidão.
- Apresentar o continente africano cheio de estereótipos, como o exotismo dos animais selvagens, a miséria e as doenças, como a Aids.
- Pensar que o trabalho sobre a questão racial deve ser feito somente por professores negros para alunos negros.Acreditar no mito da democracia racial.

POSITIVO:
- Aprofundar-se nas causas e conseqüências da dispersão dos africanos pelo mundo e abordar a história da África antes da escravidão.
- Enfocar as contribuições dos africanos para o desenvolvimento da humanidade e as figuras ilustres que se destacaram nas lutas em favor do povo negro.
- A questão racial é assunto de todos e deve ser conduzida para a reeducação das relações entre descendentes de africanos, de europeus e de outros povos.
- Reconhecer a existência do racismo no Brasil e a necessidade de valorização e respeito aos negros e à cultura africana.


Convidamos você a divulgar neste blog sugestões de práticas que contemplem a valorização da cultura negra.

2 comentários:

Ivana disse...

Oi
acabei de discutir em reunião esse mesmo enfoque. Foi muito bom ler sobre seu artigo.
abraço
Ivana

Anônimo disse...

ler todo o blog, muito bom